Uma das maiores barreiras à adoção da bicicleta como meio de transporte cotidiano é o medo de pedalar no trânsito. Muita gente hesita em embarcar nessa “missão suicida” e, quando finalmente resolve “se arriscar”, pensa que o melhor é fugir dos carros: usar ciclovias, caminhos improvisados, calçadas. A verdade é que essas quase nunca são boas opções. Pedalar na calçada, por exemplo, é lento, leva a uma disputa com os pedestres e pode até configurar uma infração de trânsito.
As regras básicas de como pedalar com segurança no trânsito estão reproduzidas em vários sites: seguir o sentido do tráfego, andar no bordo direito da pista (mas não colado no meio-fio), usar equipamentos de segurança… Uma boa lista inicial de referências pode ser encontrada no Transporte Ativo.
Acho pessoalmente que os dois pontos mais importantes são visibilidade e comunicação. Embora não faltem motoristas agressivos, imprudentes e irresponsáveis, a maior parte das situações de perigo ocorre quando os ciclistas ou suas manobras não são percebidos. Por isso, é indispensável ser notado, o que pode ser conseguido com uso de roupas e acessórios chamativos (camisas claras ou coloridas, coletes, tornozeleiras reflexivas) e, à noite, de luzes e refletores. Também é preciso deixar sempre claro o que se pretende fazer: se a ideia é virar num cruzamento, é uma boa tentar avisar aos motoristas, por meio de gestos ou até verbalmente.
Às vezes, porém, nem tomando todos os cuidados a pessoa se sente segura e confortável pedalando com os carros. E pedalar com receio e hesitação é o cenário mais preocupante possível. O melhor, nesse caso, é desistir e deixar para uma próxima vez – quem sabe na companhia de alguém mais experiente até se ganhar confiança.